O IMINENTE PODER DESTRUTIVO DO VULCÃO TAMBORA.
No sudoeste asiático, o Vulcão Tambora (Monte Tambora) parece que está a anunciar uma nova explosão. Certeza, ninguém tem, mas, na dúvida, o governo local ordenou que os habitantes, num perímetro de 3,22 quilômetros, abandonem a região. Tampouco sabe-se se a explosão será tão intensa quanto em 1815, entretanto a lembrança do que acontecera naquele ano faz com que mesmo as pessoas fora da zona de perigo fujam também.
É que a explosão de 1815 foi terrivelmente sentida em diversos aspectos… apesar de não ter sido a mais poderosa da história. A cratera do vulcão, de 11 quilômetros de largura e um quilômetro de profundidade de 1250, evoca ainda a violência desse passado.
Em 1812, o Tambora deu indícios de atividade, de forma moderada, e em 5 de abril de 1815, a erupção começou, durando até o dia 10 de abril. A força da erupção atingiu o nível 7 no índice de explosividade vulcânica (que vai só até 8).
A primeira coisa que o Tambora fez foi expelir uma mistura de rocha e lava (fluxo piroclástico) que chegou a 700 km/h e 500ºC. Como resultado, mais de 10 mil pessoas foram carbonizadas nas encostas do vulcão.
Pesada queda de cinza vulcânica foi observada em locais distantes, com material eruptivo lançado a 44 quilômetros de altura, escurecendo o céu num raio de 500 km durante três dias, queimando florestas, plantações e matando cerca de 60.000 pessoas. As lavouras que não haviam sido queimadas foram mortas pelas cinzas. As casas desabavam sob o peso do pó expelido. Quem não morreu carbonizado pelo rastro de lava do vulcão, morreu depois de fome, doença ou sufocado.
Cerca de 400 milhões de toneladas de gases sulfúricos lançados na atmosfera, geraram anomalias climáticas globais e 1816 passou a ser conhecido como o “ano sem verão” nos Estados Unidos e na Europa. As temperaturas em todo o mundo despencaram, destruindo plantações, matando o gado, criando a pior fome do século XIX. Estima-se a morte de milhares de pessoas, durante os anos seguintes, devido às consequências da erupção do Tambora.
Depois da erupção, a montanha do vulcão, antes com 4200 metros de altitude, ficou com 2850 metros e a cratera formada contém hoje um lago.
Num país acostumado a conviver entre vulcões, o Tambora, exceto por tremores de pequena escala, não se manifestou na maior parte dos últimos 200 anos. Entretanto, de menos de cinco tremores por mês até abril, passou para mais de 200… colunas de cinzas crescem até cerca de 1400 metros. Especialistas dizem que o vulcão está pronto para entrar em erupção novamente.
Enquanto não se tem a certeza da explosão, os habitantes da região receiam pelo pior… O acontecido em 1815, com consequências tão catastróficas, continua vivo em suas memórias.