NA MAURITÂNIA, AS MULHERES VALEM QUANTO PESAM.
07.01.12 | Mari Ortiz
É verdade… Por lá, as jovens ganham peso para ficarem belas e, assim, poderem se casar. Sim, é praticamente um requisito para arrumar um marido.
Há homens que consideram as mulheres magras como sinônimo de "miséria e desnutrição", dizem até que são dignas de pena. Para eles, o ideal de mulher formosa está relacionado com o excesso de peso.
Há homens que consideram as mulheres magras como sinônimo de "miséria e desnutrição", dizem até que são dignas de pena. Para eles, o ideal de mulher formosa está relacionado com o excesso de peso.
Claro que nos tempos atuais esse conceito tende a perder força, mas ainda resiste, porém não com práticas medievais.
Há menos de trinta anos, as jovens mauritanas refugiavam-se em verdadeiras “fazendas de engorda” a fim de seguirem uma dieta hipercalórica (à base de carnes vermelhas, manteiga e leite de camela) até que alcançassem o peso necessário para atraírem um bom marido.
Há menos de trinta anos, as jovens mauritanas refugiavam-se em verdadeiras “fazendas de engorda” a fim de seguirem uma dieta hipercalórica (à base de carnes vermelhas, manteiga e leite de camela) até que alcançassem o peso necessário para atraírem um bom marido.
Hoje, os métodos para ganhar peso já são outros e mais modernos. A engorda, ou “leblouh” no dialeto local, é conseguida graças a pastilhas e xaropes, vendidos livremente sem receita médica, com preços relativamente baixos, entre R$2,00 (0,85€; US$1,08) e R$6,00 (2,54€; US$3,24). Algumas mulheres usam até produtos de engorda animal, como pastilhas destinadas para ganso.
A ativista social Jadiyetu Mint Mohamdi, da "Associação de Mulheres Cabeça de Família na Mauritânia", ressalta os riscos que esses remédios podem causar, para além da própria obesidade que pode trazer inúmeros problemas de saúde, como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes e reumatismo.
Mohamdi reivindica mais esforços por parte do governo para contornar a deficiente escolarização, pois acredita que a persistência dessa mentalidade deve-se muito à falta de educação escolar.
Entretanto, é uma cultura adquirida há várias gerações. As mulheres consideram-se doentes quando estão magras e envergonham-se diante das amigas e dos homens. Os homens rejeitam as magras. Alterar essa mentalidade requer um longo caminho. Afinal, no país é conhecido o ditado que diz: "uma mulher vale todo o ouro que cabe no espaço que ela ocupa em uma esteira". Ou seja, quanto maior o corpo, mais ouro.
A ativista social Jadiyetu Mint Mohamdi, da "Associação de Mulheres Cabeça de Família na Mauritânia", ressalta os riscos que esses remédios podem causar, para além da própria obesidade que pode trazer inúmeros problemas de saúde, como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes e reumatismo.
Mohamdi reivindica mais esforços por parte do governo para contornar a deficiente escolarização, pois acredita que a persistência dessa mentalidade deve-se muito à falta de educação escolar.
Entretanto, é uma cultura adquirida há várias gerações. As mulheres consideram-se doentes quando estão magras e envergonham-se diante das amigas e dos homens. Os homens rejeitam as magras. Alterar essa mentalidade requer um longo caminho. Afinal, no país é conhecido o ditado que diz: "uma mulher vale todo o ouro que cabe no espaço que ela ocupa em uma esteira". Ou seja, quanto maior o corpo, mais ouro.