O SONHO INDIANO COMEÇA EM BOMBAIM...
Atribuem-lhe títulos, como "a cidade máxima", "uma multidão". Bombaim é assim - um excesso. De tudo: de pessoas, de edifícios, de trânsito, de pobreza, de riqueza, de calor, de buzinas, de vendedores. Dizem que é um dos laboratórios que redefinirão a ideia de cidade: do oito ao oitenta, entre fascínio e repulsa.
Nada parece fazer dissipar o poder de atração de Bombaim, onde todos os dias desaguam milhares de pessoas, de todas as partes da Índia, de diversas etnias, religiões, tradições, falando uma multidão de línguas. É o que contribui para fazer de Bombaim a cidade fascinante que é, um caleidoscópio de cores, cheiros, sabores e texturas, entre imponentes arranha-céus e infindáveis bairros de lata - os slums que o filme Slumdog Millionaire ("Quem quer ser bilionário?") pôs na boca do mundo e que, como consequência, se tornaram atrações turísticas.
Bombaim é a casa de industriais e legiões de trabalhadores não qualificados, de estrelas de cinema e pedintes, de artistas e amanuenses, de licenciados e encantadores de serpentes. Para todos, é o eldorado: se a Índia caminha a passos largos para um boom econômico, e para as alterações sociais que daí podem resultar, Bombaim é a vanguarda que indica o rumo. É a cidade mais rica do país, capital do grande capital (tem a maior bolsa de valores), das grandes empresas e das grandes indústrias, o maior centro artístico, capital de todo sonho.
Sonho - uma palavra que define bem Bombaim... o sonho de um dia entrar na repartição dos excessos de Bombaim. Ainda que se tenha de começar por partilhar o excesso de pobreza.
Apesar de todas as contradições, Bombaim não deixa de ser um pólo de atração. Mais do que em qualquer outro sítio na Índia, a materialização de uma vida melhor é possível, liberta de tradições de castas e preconceitos. Por isso, se troca uma vida no campo pelos sacrifícios em Bombaim, se troca uma casa por um quarto sobrelotado - ou um pedaço de rua.
É inevitável comparar Bombaim com Nova Iorque... "Parece Bombaim." É assim que se explica Nova Iorque às pessoas na Índia. Não só pelo perfil dos arranha-céus que por vezes colide com o da baixa de Manhattan, mas pelos sonhos que ambas as cidades projetam: Nova Iorque para o mundo, Bombaim para a Índia, que é um mundo à sua maneira.
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