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PROGRAMAS DE VACINAÇÃO... VERDADEIROS OU FALSOS?

18.08.11 | Mari Ortiz

 

 

 

Há notícias de que a CIA tenha criado, no Paquistão, um  programa de vacinação (contra hepatite B) na cidade onde os americanos acreditavam que Osama Bin Laden estaria escondido. O programa seria falso, com o único objetivo de angariar provas que confirmassem a presença de membros da família de Bin Laden. O material genético seria comparado a uma amostra da irmã de Bin Laden que morreu em um hospital dos EUA em 2010.

O feito serve para acrescentar mais pontos aos que acreditam que a ajuda médica anda por caminhos nada humanitários. Como foi o caso da campanha de vacinação contra a pólio na Nigéria em 2003, após terem circulado rumores de que a vacina teria sido propositalmente contaminada com venenos que reduziriam a fertilidade e até causariam câncer.

Claro que todos os esforços voltados ao auxílio médico acabam por ser prejudicados diante de notícias como essas. Como exemplo, em 2010, no Afeganistão, combatentes talibãs sequestraram e executaram dez trabalhadores de ajuda médica, sob alegação de que era uma equipe de espiões.

Voltando à notícia da suposta operação clandestina no Paquistão, o médico Shakil Afridi foi preso pela Inteligência Paquistanesa, sob a alegação de ter sido recrutado pela CIA para chefiar tal operação. Obviamente, os EUA entraram em negociações com funcionários do Paquistão para garantir a libertação de Afridi.

O dano causado por mais essa intervenção de falsos programas de saúde está a preocupar os representantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, uma vez que ficam comprometidas as atividades dos médicos, que correm riscos de falta de credibilidade. A organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) também criticou as ações dos EUA, emitindo uma declaração a condenar o perigoso abuso da confiança médica. E, principalmente, as equipes de socorro que a CIA tem espalhadas pelo mundo estão ameaçadas de perder essa confiança.

Assim, são minados os esforços genuínos para erradicar doenças perigosas. O risco principal é que as comunidades que mais necessitam de acesso aos serviços de saúde passem a questionar toda e qualquer ação médica e deixem de aceitar o auxílio.

Se há de fato “disfarces” no exercício de coleta de informações através de programas de vacinação, espero bem que seja comprovado, divulgado, cerceado (embora pareça improvável, pois a CIA é poderosa).

A verdade é que, pela falta de confirmação das notícias (verdadeiras ou falsas), passam a ser duvidosas. Aquela velha história: “onde há fumaça, há fogo”. Ahhh, pois é…

 

 

Fonte: http://www.telegraph.co.uk

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